resenha:: o menino que não tinha nome

O mesmo sol que lutava para colorir este céu cinzento, aqui dentro, também estenderia sua luz e calor generoso lá no lado de fora. Não havia motivos para temer. Era hora de se descobrir, enfrentar os medos. 

Neste mês de outubro, fui surpreendida por essa história linda e tocante. Meu amigo Edson Tabarini Junior (a.k.a. Ju) agora é de fato um escritor! Yay! Seu carro chefe é "O menino que não tinha nome", lançado em e-book pela Amazon. O preço normal é 7,00 reais, mas você pode ler de graça pelo Kindle Unlimited! Se não tiver e-reader, pode comprar pelo site da Amazon ou pelo aplicativo do Kindle e ler no seu celular, tablet ou computador. 
  
É a história de um menino que nasceu, há muito muito tempo, na tribo dos Pardos, um povo primitivo, protegido por altas montanhas e que nunca saíam de lá. O nome das crianças era um presente do Eterno, que revelado através de sonhos. Mas eis que o Ele tem planos diferentes para o menino. Além de não revelar seu nome, Ele orienta o sábio da tribo que o menino deve sair pelo mundo aos 12 anos em busca de sua identidade. Mas nunca ninguém havia saído de lá antes! 

O enredo e a narração: e como eles se tornaram minhas coisas favoritas
O enredo é um dos pontos fortes do romance. Acompanhamos de perto da trajetória do menino na aventura de buscar seu nome, sem saber como, quando ou onde encontrá-lo. A sequência de ações forma uma trama muito bem amarrada, sem fios soltos. Além disso, a narração acompanha o desenrolar dessas aventuras e, a partir da metade do livro, tudo fica mais rápido, mais perigoso, mais emocionante. 
O narrador acompanha o garoto na maior parte do tempo, trazendo à tona suas falas, suas dúvidas e reclamações, mas também seus pensamentos e sentimentos. Vemos tudo o que o menino vê! O autor tem essa brilhante capacidade: sentimos o cheiro dos pães e o tom de cada planta, o entardecer na floresta, o medo e o perigo das noites. É a partir da narração - não apenas descritiva, mas também da ambientação - que podemos enxergar claramente cada personagem em nossas mentes.
Apesar do foto narrativo ser no protagonista da história, foi de extrema importância o narrador ter continuado a narrar os fatos nos momentos em que garoto não estava na cena. Ju, você ganhou vários pontos por isso!  

Personagens: o que me deixou nervousa e a querida Marlene
Há muitos (muitos!) personagens, aliás. Apesar de não serem aprofundados, foram bem construídos. Todos têm uma parcela importante na trajetória do garoto, com suas funções sociais bem delimitadas. Ninguém fica sobrando, nem faltando, nem mesmo quando o enredo cobra uma certa multidão. Dá pra ouvi-los gritar! 

Agora sobre o nosso protagonista, do qual tudo gira em torno, temos um certo aprofundamento. Apesar de ter apenas 12 anos, ele é extremamente maduro em relação aos seus valores familiares, buscando fazer a coisa certa. Um dos principais ensinamentos do livro - na minha opinião - é que não precisamos ser a pessoa mais forte do mundo; basta ser forte o suficiente. E é nisso em que o menino se mostra maduro e fiel ao seu chamado. 
Algumas características, no entanto, me incomodaram. A principal delas foi a indecisão. Claro, todos somos indecisos, ainda mais se tivéssemos 12 anos. Eu mesma, aos 12, mal conseguia dizer "não" quando o crush me pedia pra fazer a lição de casa dele. O menino que não tinha nome pensa em desistir ao primeiro sinal de perigo. Pensa em voltar pra casa quando nem saiu direito do portão, questiona o Eterno o tempo todo e sua fé, eu diria, é bem duvidosa. Além disso, ele se emociona com tudo, o tempo todo. É um chororô danado, com pessoas que ele mal conhece e sozinho também, pensando em sua má sorte por não ter um nome. 
Eu não fiquei com pena; acredito que isso fez dele uma pessoa excepcional, que tinha uma missão importe a cumprir, fora da zona de conforto. Com um pouco mais de fé, talvez ele pudesse ter chorado menos vezes durante o livro e ter agradecido mais do reclamado. De fato, o livro me ganhou pela narração e enredo, não pelo protagonista. 
E minha personagem favorita (que será a sua também) é a Marlene. Não vou dar spoiler aqui: apenas leia! <3 

Mais motivos pra você ler (ou reler)
Que tal um top cinco?

cinco. Ju é ótimo com tretas. Se você gosta de tretas, das boas, você vai gostar desse livro. 
quatro. O nome dos capítulos é de matar. Acabei percebendo que o nome do capítulo seguinte é alguma frase do capítulo anterior. Que sacada, amigas e amigos! Amo todos os nomes de capítulos! Sério! Todos mesmo!
três. O narrador é maior parça de todos os tempos. ele conversa com a gente, faz algumas piadinhas e não fica apenas grudado no menino o tempo todo. 
dois. É um romance gostosinho pra passar o tempo, pra se comover no clímax da história (realmente é muito comovente, eu e minha amigas choramos) e pra rir (você vai rir com o Tulio!). 
um. Não é apenas um romance gostosinho pra passar o tempo. É muito mais que isso. Se você é uma pessoa conhecedora do cristianismo, com certeza vai se emocionar muito mais do que eu, mera mortal. Há referências bíblicas, musicais e históricas muito lindas e profundas. Prometo trazer o autor aqui numa entrevista exclusiva pra explicar melhor pra gente, combinado? 


Espero que tenham gostado dessa resenha feita com muito carinho. Quero aproveitar e parabenizar o querido Ju pelo trabalho excepcional. Seu livro me emocionou e me fez rir! Tenho certeza que seu talento fará sucesso com muito mais pessoas. Siga firme e em frente porque você é muito bom no que faz. :)

Um beijo a todas e todos! Até a próxima. 

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